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cinema

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

As canções de Honoré

por Michel Heberton

Nunca fui muito fã de musicais, quer dizer, nunca FUI fã. Tenho respeito pelo Cantando na Chuva, mas ficar nessas de “Oh! Moulin Rouge é fantástico”, “Chicago é O musical” é um pouco demais pra mim. Ok! Podem me atirar pedras, mas junto os dois e não me faz falta. A música é um elemento importantíssimo na narrativa de um filme, seja incidental ou aquela de uma banda famosa que tá na trilha para que todo mundo cante junto depois. Entretanto, juntar atores com aspiração à música com uma narrativa, geralmente mela-cueca, não dá, até que...

Christophe Honoré, cineasta francês, diretor de filmes como A minha Mãe e Em Paris - recomendo - fez rever meus conceitos a cerca de musicais quando lançou As Canções de Amor. A priori o filme apresenta uma narrativa simples, divida em três atos, mostrando uma França em tom de cinza, fria e mais chique do que nunca. Mas o romantismo clássico acaba por ai.

Honoré nos leva a conhecer a vida de Ismael Benoliel (Louis Garrel), um jovem francês que é apaixonado por Julie (Ludivine Sagnier) e o casal tem um caso com a Alice (Clotilde Hesme). A partir daí as coisas vão tomando um rumo bem inesperado. É ai em que as canções de Honoré fazem todo o sentido. Retratando os anseios, vontades, desejos dos personagens principais as músicas soam naturalmente da boca dos atores, nada com dançinhas ou coisas a lá Grease. Tudo é espontâneo e se tornam um forte aliado a narrativa.

Um dos pontos altos é a entrada de Erwann (Grégoire Leprince-Ringuet) iniciando um processo de desconstrução dos estereótipos que temos: nossa sexualidade focada apenas em hétero, gay, bi/outros mostrando que temos, sim, apenas sexualidade. O interesse vem de acordo com cada um. De um final belo, As canções de Amor prova que um musical pode ser interessante, relevante e principalmente atual.

2 comentários:

Anônimo disse...

tipo um sonhadores do bertolucci em musical? hahah

Rudá A. disse...

é tipo um "Em Paris" gay...

aliás,
recomendo "Em Paris".

rodape
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